O varejo brasileiro atravessa um período de transformações intensas, marcado por mudanças no consumo, avanços tecnológicos e novas dinâmicas econômicas que exigem atenção redobrada de quem atua na área.
Dados do Indicador de Tendência de Consumo e Varejo (ITCV), do FGVcev, mostram que o varejo registrou avanço de 0,90% em 2025. Para 2026, as projeções são mais otimistas, com expectativa de crescimento próximo de 2,1%.
Mesmo com perspectivas de avanço para o varejo, o cenário macroeconômico segue desafiador. Analistas do setor expressam preocupação sobre uma possível recessão econômica, custos crescentes e o impacto de problemas contínuos na cadeia de suprimentos, com alguns analistas antecipando uma diminuição nos gastos do consumidor em meio à incerteza econômica.
Abraçar as tendências de varejo mais avançadas pode ajudar as marcas a permanecerem relevantes, se adaptarem às preferências dos clientes e minimizarem riscos.
A seguir, confira uma visão geral das principais tendências de varejo para 2026.
8 principais tendências de varejo para 2026
- Marcas digitais expandem para lojas físicas, aumentando a concorrência
- Experiências de compra se tornam essenciais
- Showrooming cresce entre consumidores e varejistas
- Pop-ups aproximam marcas de clientes
- Omnichannel se torna padrão
- IA melhora personalização
- AR aumenta engajamento e conversões
- Sustentabilidade influencia decisões de compra
1. Marcas digitais expandem lojas físicas, aumentando a concorrência
O tráfego nas lojas físicas brasileiras tem crescido, o que estimula marcas que nasceram no digital a investirem em pontos presenciais para atender essa demanda. Segundo o Índice do Varejo Stone, o fluxo nas lojas subiu 4,5% no primeiro semestre de 2025, reforçando a força do varejo físico no país, com clientes motivados pela disponibilidade e facilidade de descoberta de produtos, além do acesso presencial a funcionários experientes.
Um estudo da Shopify/Ipsos revelou que 82% dos varejistas acreditam que as lojas físicas continuarão desempenhando um papel central no crescimento do comércio. Esse cenário incentiva cada vez mais marcas digitais a investirem em pontos de venda presenciais, elevando a concorrência no varejo físico.
2. Experiências de compras se tornam essenciais
À medida que as empresas percebem a importância de experiências de compra memoráveis, elas têm buscado novas formas de fidelizar clientes e aumentar o fluxo de pessoas nas lojas em um mercado cada vez mais competitivo. O varejo experiencial, que foca em criar momentos únicos e envolventes para os consumidores — incluindo iniciativas voltadas à comunidade e eventos —, se tornou uma estratégia popular.
A seguir, veja dois exemplos de varejistas que se destacam na aplicação do varejo experiencial:
Zissou
Um "terceiro espaço" é um lugar que você visita regularmente, mas que não é sua casa nem seu trabalho. Exemplos incluem sua academia, centro comunitário local ou um bar favorito. Embora as lojas de varejo tradicionalmente não sejam terceiros espaços, alguns varejistas estão usando estratégias de varejo experiencial para criar razões para os consumidores visitarem locais de varejo com mais frequência.
A Zissou inaugurou em novembro de 2025 sua primeira loja em shopping, no Villa Lobos, em São Paulo, com 90 m². O espaço foi projetado para oferecer uma experiência sensorial ligada ao sono, desde a vitrine até o interior da loja. Além disso, a marca já oferece o SPA Zissou, com massagem, aromaterapia e momentos de cochilo, reforçando a proposta de experiência imersiva.
Pantys
A Pantys, marca brasileira de calcinhas absorventes, integra sua operação online e física utilizando a Shopify, garantindo que a experiência da cliente seja consistente em todos os canais. Suas lojas físicas em São Paulo foram cuidadosamente projetadas para refletir o propósito da marca: acolhimento, empoderamento feminino e consciência sustentável.
A loja Útero, localizada na Rua Oscar Freire, faz referência ao órgão que simboliza o ciclo feminino e a força do corpo da mulher, reforçando a identidade da marca e sua conexão com o público feminino.
Nesse espaço, as clientes podem experimentar os produtos, conversar com consultoras e receber orientação personalizada. A loja oferece uma experiência sensorial completa, com ambientação cuidadosamente pensada — iluminação suave, aromas agradáveis e música que cria uma atmosfera acolhedora — para que cada visita seja mais do que uma compra.
3. Showrooming cresce entre consumidores e varejistas
Showrooming é uma tendência de compra híbrida em que os consumidores visitam uma loja física para tocar, experimentar e conhecer produtos pessoalmente, mas finalizam a compra posteriormente na loja virtual do mesmo varejista.
Lojas tradicionais podem funcionar como showrooms, oferecendo uma experiência prática que ajuda o cliente a decidir a compra e, consequentemente, incentiva a conversão digital. Algumas marcas vão além e criam lojas planejadas principalmente como showrooms, combinando presença física e digital de forma estratégica. Entre as principais vantagens dessa abordagem estão:
Gestão de estoque mais simples
O showrooming geralmente envolve consumidores finalizando a compra na loja virtual, o que permite manter menos produtos expostos nas lojas físicas. Isso cria mais espaço para experiências e momentos de engajamento com os clientes. Dependendo do tamanho do seu ponto de venda, é possível manter a maior parte do estoque em um depósito ou armazém, liberando a loja para experiências e interação com o público.
Espaço de varejo menor
Se você não precisa expor várias unidades do mesmo produto na loja, provavelmente precisará de menos espaço, o que permite optar por uma unidade menor. Isso pode reduzir custos operacionais e até viabilizar a escolha de um ponto mais estratégico, com maior fluxo de clientes.
Oportunidades de cross-selling e upselling
Com o showrooming, você tem a oportunidade de dedicar mais atenção a cada cliente que visita sua loja, uma prática também conhecida como clienteling. Isso permite explorar melhor estratégias de cross-selling e upselling, além de fazer recomendações personalizadas com base no perfil do cliente e em seu histórico de compras, dependendo do sistema de ponto de venda utilizado.
A principal desvantagem dessa abordagem é o risco de que os visitantes aprendam sobre um produto na loja e depois comprem algo semelhante de um concorrente online. Para minimizar esse risco, é recomendável usar tecnologias como pontos de venda portáteis, permitindo que clientes com alta intenção de compra realizem pedidos imediatamente.
📌 Comece agora: quer aproveitar o showrooming na sua loja de varejo? Utilize os recursos de e-mail de carrinho do Shopify PDV para adicionar produtos ao carrinho dos clientes, enviar listas de desejos por e-mail e facilitar a compra online sempre que for mais conveniente para eles.
4. Pop-ups aproximam marcas de clientes
Lojas pop-up são espaços temporários criados para apresentar produtos, testar novos mercados e fortalecer a conexão com o público. Além de ampliarem o alcance da marca, ajudam a impulsionar o engajamento e aumentar a visibilidade, especialmente em períodos de maior fluxo de visitantes ou em locais estratégicos.
As Galerias do Carrefour, por exemplo, têm apostado em pop-ups e quiosques para renovar o mix comercial e atrair mais consumidores. Segundo a rede, mais de 70 operações temporárias foram instaladas recentemente, ampliando opções para quem circula pelos hipermercados e fortalecendo a presença de marcas que desejam testar pontos físicos sem assumir contratos de longo prazo.
O ponto de venda móvel (mPDV) da Shopify permite que varejistas aceitem pagamentos diretamente de dispositivos móveis, tornando muito mais simples converter clientes em lojas pop-up, eventos e feiras. A solução é prática, portátil e ideal para marcas que precisam de agilidade fora do ambiente de loja tradicional.
💡 Dica profissional: O Tap to Pay no iPhone para Shopify PDV é a forma mais rápida de começar a vender em qualquer lugar: eventos, feiras ou ações temporárias. Basta instalar o aplicativo Shopify PDV no iPhone para aceitar pagamentos por aproximação, sem a necessidade de adquirir leitores de cartão ou outros equipamentos adicionais.
5. Omnichannel se torna padrão
Os consumidores atuais querem liberdade para comprar onde preferirem: na loja física, no e-commerce, em marketplaces ou até pelas redes sociais. Eles também esperam que tudo funcione de forma integrada, com uma experiência fluida entre o mundo físico e digital.
Tecnologias de varejo sofisticadas podem ajudar varejistas a atender às expectativas dos clientes e maximizar conversões através de canais físicos e digitais.
Com uma estratégia de varejo omnichannel bem estruturada, as marcas conseguem:
Oferecer mais opções de processamento de pedidos
Alguns clientes preferem finalizar a compra online e devolver o produto em uma loja física; outros gostam de ver o item na loja e concluir o pedido pela internet. Para atender a esses diferentes perfis, vale oferecer opções flexíveis de retirada e entrega, como compre online e retire na loja (BOPIS).
Facilitar compras virtuais
Aplicativos de compras virtuais permitem que os clientes conversem em tempo real com um membro da equipe; seja alguém que está na loja, trabalhando de casa ou no escritório. Esse atendimento pode acontecer por chat, mensagem ou vídeo. Durante a conversa, o funcionário pode oferecer recomendações personalizadas, esclarecer dúvidas e até ajudar o cliente a explorar a loja ou testar produtos de forma virtual.
Ativar chat ao vivo
Adicione um recurso de chat ao vivo ao seu site para que os clientes possam entrar em contato imediatamente com você ou sua equipe enquanto navegam. Respostas rápidas e um atendimento tão eficiente quanto o da loja física contribuem para uma melhor experiência de compra e ajudam a aumentar a taxa de conversão. Para isso, você pode usar o Shopify Inbox e ativar o chat ao vivo no seu e-commerce.
Habilitar checkout por aproximação com QR code
O aplicativo Shopcodes da Shopify é uma maneira fácil de gerar QR codes. Coloque-os nas etiquetas de preço dos produtos para direcionar compradores às páginas de produtos no seu site ou permitir que comprem itens na loja e os enviem para o endereço de casa.
Fornecer uma experiência perfeita ao cliente
A tecnologia de e-commerce pode ajudar varejistas a coletar dados como histórico, comportamento de navegação e preferências pessoais de múltiplos canais de vendas e armazená-los em um local centralizado. Por exemplo, as marcas podem usar dados de comércio social coletados do Facebook, Instagram e outras plataformas de rede social para personalizar a experiência de compra online, bem como nas lojas.
A Zissou, marca brasileira que reinventou a venda de colchões no modelo bed-in-a-box, nasceu digital, mas sempre teve como estratégia combinar o e-commerce com a experiência física. Desde o início, a Zissou escolheu a Shopify como base tecnológica para unir esses mundos. A plataforma oferece integração nativa entre loja física e virtual, garantindo autonomia no dia a dia, flexibilidade para testar ações rapidamente e uma operação totalmente conectada: do estoque aos preços, passando por atendimento e checkout. A escolha pela Shopify também permitiu que a Zissou adotasse e testasse integrações essenciais para o varejo brasileiro, garantindo escalabilidade e sustentação tecnológica à medida que a marca se consolidava. Hoje, a experiência integrada oferecida nos canais físicos e digitais é um dos diferenciais da empresa.
6. IA melhora personalização
Os clientes esperam cada vez mais que as marcas personalizem todos os aspectos da experiência de compra. Um relatório da McKinsey descobriu que 71% dos consumidores esperam interações personalizadas e 76% sentem frustração quando essas expectativas não são atendidas. Estratégias de personalização mais avançadas, chamadas pela McKinsey de hiper-personalização, têm grande impacto: elas envolvem o envio de mensagens únicas para cada consumidor, considerando suas necessidades, perfil, comportamentos e interações anteriores, bem como previsões de comportamento futuro.
As marcas estão usando tecnologias de inteligência artificial como ferramentas de IA generativa para atender às expectativas dos clientes e melhorar as capacidades de personalização (e hiper-personalização) ao longo da jornada de compra. Duas aplicações principais incluem busca e descoberta habilitadas por IA e mensagens de marketing personalizadas. Aqui está uma visão geral de cada uma:
IA para busca e descoberta
Ferramentas de IA cada vez mais sofisticadas podem suportar busca em linguagem natural, o que torna mais fácil para os clientes navegarem em grandes catálogos de produtos. Elas também podem fazer recomendações de produtos (relatadas como sendo entre os tipos mais apreciados de personalização pelos clientes) baseadas nos comportamentos de navegação e informações demográficas de um usuário.
Aplicativos da Shopify como Boost AI Search & Filter e a Rep AI integration podem habilitar busca conversacional e entregar recomendações de produtos personalizadas.
Vendas e marketing personalizados
As marcas podem aproveitar ferramentas de inteligência artificial para fortalecer suas estratégias de marketing e criar mensagens altamente personalizadas com base em uma grande quantidade de dados do consumidor.
Por exemplo, a IA pode analisar informações demográficas, comportamento de navegação e padrões de compra para entregar ofertas e comunicação no momento mais oportuno, aumentando as chances de conversão. Um cliente que costuma gastar entre R$ 200 e R$ 300 nas tardes de quinta e sexta-feira e pesquisou por "melhor faca de chef" poderia, por exemplo, receber um WhatsApp na tarde de quinta-feira com um cupom para um modelo dentro de sua faixa de preço e que ele já havia visualizado anteriormente, tornando a experiência de compra mais relevante e assertiva.
7. AR aumenta engajamento e conversões
As tecnologias de realidade aumentada (AR) permitem inserir elementos digitais no ambiente real do usuário, criando experiências de compra mais imersivas. O interesse dos consumidores por esse tipo de recurso vem crescendo, e pesquisas recentes mostram que mais da metade dos compradores, em diferentes faixas etárias, demonstram curiosidade pela AR para finalidades como:
- Testar virtualmente roupas, calçados ou acessórios
- Visualizar móveis ou itens de decoração diretamente no ambiente da casa
- Simular novas cores de tinta nas paredes
- Experimentar maquiagens ou cores de cabelo de forma digital
Varejistas como Sephora e Rebecca Minkoff já utilizam recursos de AR para aproximar as experiências online e presenciais. No Brasil, lojistas Shopify podem seguir o mesmo caminho com o Shopify AR, que permite incorporar realidade aumentada, realidade virtual e modelos 3D às páginas de produto. Essa tecnologia ajuda a criar uma jornada de compra mais imersiva e coerente em todos os pontos de contato com o cliente.
8. Sustentabilidade influencia decisões de compra
A importância de ética, valores e transparência cresceu de forma expressiva entre os consumidores. Em diferentes faixas etárias, há um interesse maior por marcas comprometidas com sustentabilidade — e muitos já aceitam pagar mais por produtos com menor impacto ambiental. Esse movimento é ainda mais forte entre a Geração Z, que costuma avaliar com atenção se as empresas realmente adotam práticas responsáveis e sustentáveis.
Uma estratégia de negócios voltada para sustentabilidade pode abrir caminhos claros para reduzir o impacto ambiental, desde a adoção de embalagens mais responsáveis até opções de envio com menor pegada ecológica. Além de acompanhar as expectativas atuais dos consumidores, iniciativas desse tipo também contribuem para otimizar custos operacionais e diminuir riscos no longo prazo, fortalecendo o crescimento do negócio.
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Perguntas frequentes sobre tendências de varejo
O que está em tendência na indústria de varejo?
As principais tendências de varejo para 2026 incluem:
- Formatos como varejo experiencial, showrooming, lojas pop-up e modelos híbridos de compra
- Estratégias omnichannel que integram vendas físicas, sociais e móveis
- Práticas sustentáveis e modelos de negócio orientados por valores
- Uso de IA para fortalecer o marketing e elevar a personalização
- Experiências de compra enriquecidas com realidade aumentada (AR) e realidade virtual (VR)
Qual é a próxima grande novidade no varejo?
O uso de tecnologias omnichannel para oferecer uma experiência integrada e consistente em todos os pontos de contato continua entre as principais tendências do varejo e deve ganhar ainda mais força em 2026.


